sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Pancadinhas de amor da Pimentinha

Quem me conhece sabe, ou devia saber, que a Pimentinha é o meu carro (que de certeza já vos levou de cu tremido a qualquer lado com maior rapidez e alegria).

Claro que, como boa gaja que sou, a Pimentinha tem florezinhas (em auto-colante) e fitinhas cor-de-rosa. Não sei porque insistem sempre em fazer um comentário irónico qualquer. Se nós podemos maquilhar-nos e usar saltos altos, a Pimentinha também tem direito de se aperaltar, ora essa!

Seguindo.
Não sendo modesta, quando estava a tirar a carta, eu era de facto (curiosamente, porque ninguém o diria na altura em que o meu pechisbeque andou a tentar ensinar-me, mas isso logo conto) uma grande condutora e adorava fazer aqueles estacionamentos mais estrambolicos, o que hoje em dia não é bem o caso.

Para começar, ainda com um mês de carta, ia eu muito bem com o sensível do meu irmão (que após o ocorrido não parava de mandar as suas típicas piadinhas) e a minha cunhada numa descida. Eis se não quando um homem, que ia a correr no passeio, decide jogar-se para cima do capô do meu carrinho novo!
Escusado será dizer que a partir dai nem queria voltar a pegar no carro, e não o teria feito se não fosse a minha amada progenitora.

NÃO TENHAM CÁ PENAS DO OME. Depois de ficar estatelado no chão levantou-se e fugiu, sabendo muito bem que podia ter danificado a minha querida Pimentinha. Pobrezinha, levar com um marmanjo daqueles em cima!

Com os demónios do acontecimento (muito traumatizante, note-se), a minha condução passou a ser mais à "crominha", (digamos assim) e um belo dia a fazer um estacionamento raspei a parte traseira num carro da Camâra que tinha uma grelha de metal. Eu, estúpida, estava a controlar o carro, liguei cá ao ferro agarrado. Como diria a Sara "Foi um calculo mal calculado" (mas o meu foi bem mais pequeno que o dela, registre-se).

Resumo da historia: o ferro ficou igualzinho, mas já a Pimentinha teve a sua primeira cicatriz amorosa (tenho que admitir que teve bom gosto, era um daqueles jipes de porte).

Lá tive que sair do carro e ir ver a bela mer** que tinha feito, e o homem (que estava na esplanada até então) também veio. Eu (antevendo na minha mente a cruxificçação e gritaria que o meu pai faria quando soubesse) chorava igual a uma desalmada, e o pobre do homem (cujo carro eu tinha batido) consolava-me.
A dizer da verdade, pensava cá para mim: porque raio não fui eu ter um acidente em que tivesse que ir po hospital? Assim o paizinho ficava preocupado comigo e não me chateava com o carro.

Depois de todo este filme, a resposta do meu pai quando o pus a par da situação (continuando a chorar tal qual uma Maria desalmada) foi, e passo a citar:
-Deixa lá, é para isso que os seguros servem. Mas é uma coisinha de nada, não vale a pena arranjar.
Como não tenho tomates caiu-me o queixo ao chão, e ainda lhe perguntei 4 vezes se tinha ouvido bem.
Tadinho do meu Papi.

Agora tenho um amigo que tem a mania de fazer (quase sempre) a observação que tenho o carro marcado, e ainda mostra aos outros a cicatriz da Pimentinha.
Eu lá lhe arranjei a explicação de que os carros também tem o direito de curtir e namorar, e que por isso de quando em quando se jogam para cima dos passeios ou raspam noutro carro (por exemplo). E como nós temos desgostos amorosos, eles têm as suas cicatrizes. Mas para dizer a verdade, K, cada vez que dizes isso da-me vontade de te arrancar a cabeça ás dentadas, mas pequeninas, para a coisa durar mais tempo. Não tens que me relembrar sempre um surto momentaneo de parvoice e desgosto profundo.

Mas pensa pelo lado positivo, já serviu para um post no blog. E continuo a gostar de ti!

1 comentários:

Cristiano disse...

Eish a violência... Arrancar a cabeça às dentadas? É preciso tanto sangue derramado? Medo... :'(

O problema é que eu também gosto de ti... =\


:)*

 
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